Eu tinha apenas 14 anos e vários
episódios especiais já haviam se passado comigo e depois de uma mudança de casa
e de bairro, na cidade onde eu nasci, algo novo e surpreendente estava para
acontecer!
Eu sou a filha mais velha e tenho mais Quatro
irmãos que amo demais, isto sempre me fez sentir que era responsável pela
proteção deles.Um certo dia, quando morávamos numa casa
bem simples e muito limpa, pois minha mãe sempre foi muito caprichosa, meu
irmão do meio , 7 anos mais novo que eu, estava muito mal. Parecia uma virose,
onde ele colocava tudo que comia pra fora, com vômitos e diarreias.
E eu via naquele olhar um pedido de
socorro! Eu o acompanhei por várias até o banheiro e num certo momento
segurando as suas mãos, ele me olhou nos olhos e me pediu: Reze por mim! Ele
deveria ter seus 4 a 5 anos.
Mesmo sem saber o que falar não hesitei
e logo disse: Meu Deus, meu irmão está com dores e não aguenta mais, por favor,
faça alguma coisa!!!! E fato, algo aconteceu! Ele ficou bom! Na mesma hora um
alívio tomou conta de seu corpo e, como toda criança que ao sair de uma febre
ou de uma dor forte, volta a brincar como se nada tivesse ocorrido, assim ele o
fez.
Depois deste momento, quando adoecia ou
sentia alguma dor dizia: Irmã, faça aquilo
que você fez de novo!!!Não éramos crianças educadas dentro de
uma religião, não cultivávamos nenhuma prática de espiritualidade, Deus era
algo muito distante e o tipo de Ser que você deveria saber como tratar, pois a
qualquer momento Ele poderia cobrar a sua santidade, honestidade, fidelidade.
A única referência que tínhamos em
relação a ter um relacionamento com Deus era nossas duas avós, uma católica e
outra evangélica.
Apesar de sempre me emocionar nos cultos
que de vez em quando, minha avó materna me levava, nunca entendia o que
acontecia e porque eu estava chorando. Eu até inventava que estava com dor de
dente ou de barriga, porque tinha medo do que podiam pensar.
E se depois me dissessem que eu tinha
que me entregar pra Jesus!? E nunca mais cortar o cabelo!? E que deveria usar
tal roupa ou não ouvir tal música!?!?!? Uau... quanta pressão para uma criança!
Mas algo estava acontecendo, a história
estava se fazendo. Nós fomos crescendo, mudamos de casa e de bairro, passamos
pela primeira perda, deixar nossas primas e nossa tia querida, que eram nossas
primeiras amizades.
Senti muito, era uma dor de saudade e um
vazio gigante e só estávamos a 15 km de distância.
Mas esta mudança trouxe com ela algo
surpreendente, o que poderia começar a responder os outros acontecimentos
passados.
Conhecendo algumas amigas, recebi o
convite para um retiro com Jovens, numa cidade vizinha.
Eu sabia que era algo relacionado à
Igreja Católica, mas não fazia ideia do que faríamos neste local. Mas como eu
encontraria vários Jovens, então fiquei muito empolgada para saber quem eu
conheceria... Estava quase completando os 15 anos e claro que já estava muito a
fim de sair por aí numa vida totalmente independente.
Consegui que meus pais me liberassem e
isto na verdade nunca foi problema, eles sempre confiavam muito em mim!
Segui então numa sexta-feira, rumo ao
desconhecido! Quando chegamos avistamos vários jovens, alegres, brincando,
conversando, tocando violão, coisas típicas de Jovens!
Logo fomos convidados para a sala onde
eram ministradas as palestras, para que fossem dadas as primeiras instruções e
claro a primeira palestra deste encontro.
Logo quando entrei, encontrei em minha
cadeira um barco, feito de cartolina e com a seguinte frase: Não dá mais pra voltar,
o barco está em alto mar!
E a minha pergunta foi: Onde eu estou me
metendo!? Não posso voltar, o que isto quer dizer?
E esta pergunta foi logo respondida,
quando um jovem rapaz entrou na sala e começou a sua fala que dizia haver um
Deus Imenso, Maravilhoso, que me amava muito!
E mesmo que eu me sentisse um nada, um
lixo, uma qualquer, Ele não me via daquele forma. Ele tinha um olhar especial
para mim!
Mesmo que eu fosse falha em qualquer
área da minha vida, Ele nunca deixaria de me amar. E a única coisa que naquele
momento Ele desejava, era curar meu coração de toda dor, de toda carência, de
toda ausência de Amor.
Eu me dei conta naquele momento, que por
mais que meus pais me amassem, demonstrassem isto com a luta diária para nos
dar o necessário, eu nunca havia escutado um Eu te amo, pelo menos não me
lembrava disto. Não era costume, não havia feito parte da educação deles, não
era algo natural em nossa casa.
E saber que eu era especial, amada e
única fez minha vida realmente mudar!
Não havia mesmo como voltar, o vento que
soprava em alto mar me fazia sentir os melhores sentimentos do mundo! Ele
soprava e levava com ele toda dor de uma solidão que eu nunca soube por que
estava ali.
Levava o vazio e a vida sem sentido que
me carregavam.
Chorei tanto e depois disto, enxuguei as
lágrimas e me abracei com aquele barco, dizendo
a mim que desejava aquilo para sempre e assim a história continuou e continua!
Tudo já estava dentro de mim e eu só
precisei continuar caminhando e o caminho foi se fazendo.
Talvez hoje você precise somente saber o
quanto você é especial, amado e único!
Que não há imposições! Somente amor!
Venha e sinta-se abraçado por este
Criador que cura seu coração de toda mentira que já ouviu, ou até você esteja
contando agora para si.
Você é amado, você é amor!
E concluo com estas palavras
inspiradoras de Marianne Williamson:
“Eu costumava sentir que eu não poderia
me dar o luxo de relaxar por que Deus tinha coisas mais importantes para pensar
do que na minha vida. Eu finalmente percebi que Deus não é caprichoso, mas ao
contrário um amor impessoal para toda a vida. Minha vida não é menos ou mais
preciosa para Ele do que a de qualquer outra pessoa. Se entregar a Deus é
aceitar o fato de que Ele nos ama e nos sustenta, por que ele ama e sustenta
toda a vida. Entregar não obstruí nosso poder; mas o aumenta. Deus é meramente
o amor dentro de nós, então retornando a ele é retornar a nós mesmos.”
Uma semana iluminada e repleta de curas
é o que desejo a você!
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Lílian Soares
Colunista
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